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O CÍRCULO QUE LEVA A LUA Ano de gravação: 2003 Edição: ACA – Associação de Cante Alentejano “Os Ganhões” Suporte: CD Modas Meu Alentejo Querido As Nuvens que Andam no Ar Castro Verde Bem Podia Há Lobos Sem Ser na Serra Invejam-me as Tuas Rosas Lá Vai uma Embarcação Já Passei ao Mar Alto O Círculo Que Leva a Lua Que Bonito Que Seria Quem Há-de Quem Há-de ? Silva Que Estás Enleada. É Tão Grande o Alentejo. Eu hei-de me ir assentar no círculo que leva a lua. O imaginário transporta a voz para um lugar de presságio. Quando a lua leva um círculo é sinal de nevoeiro intenso. O homem que canta olha para a lua e não vê o astro, trespassa o olhar através dela como se atravessasse uma sucessão de espelhos. A lavoura, a monda, a ceifa, o varejo, o calor e a geada são cantados por vozes insubmissas a vontades impostas pela lei e pela grei. Por vezes desafiando-se uma a uma, outras engrossando em coro. Ao escolher para tema central deste trabalho a moda “O círculo que leva a lua”, os Ganhões de Castro Verde conseguiram trazer para a boca de cena uma das modas mais enigmáticas do Cancioneiro Tradicional Alentejano. A riqueza poética dos textos é aqui rendilhada pelas vozes, numa interpretação genuína onde a indelével marca do cantar à ganhão se assume como “o que faz a diferença”. Estamos aqui na presença de um trabalho equilibrado onde as modas que se cantam com os dois pés bem firmes no chão alternam com outras mais leves de cadência, de forma a diluir onde é necessário a robustez da sequência de modas. O trabalho termina com “É tão grande o alentejo” um autêntico hino, um tema imortalizado pelos Ganhões de Castro Verde aqui cantado com Dulce Pontes e que faz igualmente parte do CD da cantora “O Primeiro Canto”. O magnífico alto de Dulce celebra um pacto com o de Manuel Pontes é uma ocasião única e provavelmente irrepetível. É um extra a coroar a ouro este Círculo que Leva a Lua. José Luís Jones |
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